Fisioterapia no Trabalho: Um investimento na saúde das equipas

Num mercado cada vez mais exigente, a saúde no trabalho é uma preocupação central para as organizações que procuram equilíbrio entre bem-estar e produtividade. Com o aumento do sedentarismo, do stress ocupacional e das doenças musculoesqueléticas, a fisioterapia laboral tornou-se um pilar essencial na promoção de ambientes de trabalho mais saudáveis.

Mais do que tratar lesões, a fisioterapia no trabalho aposta na prevenção, na educação e na melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores — fatores com impacto direto na eficiência e satisfação profissional (Punnett & Wegman, 2004; da Costa & Vieira, 2010).

O QUE É A FISIOTERAPIA no trabalho (fisioterapia laboral)?

A fisioterapia no contexto laboral foca-se na análise e intervenção sobre os riscos ergonómicos, biomecânicos e psicossociais presentes nos ambientes de trabalho. Através da observação dos postos, das tarefas e da postura dos colaboradores, o fisioterapeuta propõe estratégias personalizadas para prevenir lesões e promover o bem-estar físico e funcional (Van den Heuvel et al., 2005).

As intervenções podem ser:

Preventivas, como sessões de ginástica laboral, pausas ativas e educação postural;
Corretivas, com programas de reabilitação para queixas já instaladas;
Ergonómicas, com recomendações de adaptação dos postos de trabalho.

O QUE NOS DIZ A EVIDÊNCIA CIENTÍFICA?

A evidência científica tem vindo a reforçar o impacto positivo da fisioterapia nas empresas. Entre os principais benefícios, destacam-se:

📉 Menos dor, mais conforto
Intervenções com exercício físico estruturado no local de trabalho reduziram mais de 50% da dor cervical e nos ombros em trabalhadores de escritório (Andersen et al., 2010). Também se observam melhorias significativas em casos de lombalgias e tendinites (Gram et al., 2012).

 💼 Melhoria da produtividade
Trabalhadores com menos dor e mais consciência corporal são mais eficientes e resilientes no desempenho das suas funções (van Tulder et al., 2000).

📆 Redução do absentismo
Estudos mostram que a fisioterapia laboral está associada a menos baixas médicas e maior continuidade no trabalho (Verhagen et al., 2005; Rantonen et al., 2020).

😊 Clima organizacional mais positivo
A participação em programas de saúde laboral melhora o ambiente psicossocial, a motivação e a satisfação no trabalho (Ahlgren et al., 2007).

QUAIS AS PRINCIPAIS INTERVENÇÕES?

A fisioterapia no trabalho pode incluir uma combinação de:

• Avaliação ergonómica detalhada dos postos de trabalho.
• Ginástica laboral e pausas ativas.
• Sessões de formação sobre postura e autocuidado.
• Reabilitação individualizada para lesões ocupacionais.
• Estratégias de reintegração no trabalho após doença ou cirurgia (Waddell & Burton, 2005).

Estas práticas são cada vez mais integradas em programas de saúde ocupacional em empresas de diferentes sectores — com resultados sustentáveis a longo prazo.

mais do que tratar, prevenir!

A fisioterapia no trabalho é muito mais do que uma resposta a lesões — é uma ferramenta estratégica de prevenção, motivação e desempenho. Empresas que investem na saúde dos seus colaboradores colhem os frutos em forma de equipas mais saudáveis, mais produtivas e mais felizes.

REFERÊNCIAS

Ahlgren, A., Waling, K., Kadi, F., et al. (2007). Physical training improves functional performance and quality of life in female workers with neck and shoulder complaints. Occupational Medicine, 57(4), 291–297.

Andersen, L. L., et al. (2010). Effect of physical training on work-related musculoskeletal disorders. Occupational Medicine, 60(2), 106–112.

da Costa, B. R., & Vieira, E. R. (2010). Risk factors for work-related musculoskeletal disorders: A systematic review of recent longitudinal studies. American Journal of Industrial Medicine, 53(3), 285–323.

Gram, B., Holtermann, A., et al. (2012). Effect of training on chronic pain in industrial workers: a randomized controlled trial. BMC Musculoskeletal Disorders, 13, 185.

Punnett, L., & Wegman, D. H. (2004). Work-related musculoskeletal disorders: The epidemiologic evidence and the debate. Journal of Electromyography and Kinesiology, 14(1), 13–23.

Rantonen, J., et al. (2020). Long-term effects of early ergonomic interventions in workplace health promotion. Journal of Occupational Rehabilitation, 30, 101–111.

Van den Heuvel, S. G., et al. (2005). Ergonomic measures and musculoskeletal complaints. Occupational and Environmental Medicine, 62(5), 295–302.

van Tulder, M. W., et al. (2000). Conservative treatment of acute and chronic nonspecific low back pain: A systematic review of randomized controlled trials of the most common interventions. Spine, 25(20), 2501–2513.

Verhagen, A. P., et al. (2005). Exercise therapy for neck pain: A systematic review. British Journal of Sports Medicine, 39(4), 250–257.

Waddell, G., & Burton, A. K. (2005). Managing sickness absence and return to work: An evidence-based approach. London: TSO.

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